MPF aciona Justiça para obrigar governo de PE a retirar adesivos que cobriam marcas de programa federal em ônibus escolares

PERNAMBUCO

Ônibus escolar com adesivo do programa 'Juntos pela Educação', do governo de Pernambuco — Foto: Reprodução/TV Globo
Ônibus escolar com adesivo do programa ‘Juntos pela Educação’, do governo de Pernambuco — Foto: Reprodução/TV Globo

Segundo o órgão, 785 veículos adquiridos pelo estado por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação tiveram alteração visual. Secretaria de Educação diz que seguiu recomendações do MPF.

O Ministério Público Federal (MPF) acionou a Justiça para obrigar o governo de Pernambuco a retirar propagandas de 785 ônibus escolares. Segundo a denúncia, adesivos do programa estadual “Juntos pela Educação” foram colocados sobre marcas do projeto “Caminho da Escola”, do governo federal, descaracterizando a identidade visual dos veículos.

O caso começou a ser investigado em fevereiro, a partir de uma representação protocolada pela deputada estadual Dani Portela (PSOL). Procurada, a Secretarial Estadual de Educação disse que providenciou a readequação da frota assim que recebeu as recomendações do MP (veja resposta abaixo).

O processo judicial foi aberto por meio de uma ação civil pública ajuizada pela procuradora da República Ládia Chaves na 9ª Vara da Seção Judiciária da Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) .

De acordo com o MPF, o estado adquiriu, ao todo, 1.597 ônibus escolares, com recursos próprios, por meio de Atas de Registro de Preços do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE). Parte da frota foi distribuída para alguns municípios.

Desse total, 785 estavam com a irregularidade. Conforme as investigações, o material gráfico do “Juntos pela Educação” foi inserido em tamanho “muito maior” e sobreposto à identificação original do governo federal, chegando a cobrir os vidros traseiros dos ônibus.

Ainda segundo o MPF, a alteração visual viola o Artigo 17 da Resolução nº 01/2021 do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).

A norma proíbe qualquer mudança na identificação dos ônibus, já que a padronização é exigida como contrapartida aos estados como beneficiários do programa federal — mesmo que os veículos tenham sido adquiridos só com recursos próprios, como foi o caso de Pernambuco, segundo o governo.

O Ministério Público informou também que tentou resolver a questão de forma extrajudicial, com recomendações à Secretaria Estadual de Educação para que restabelecesse a identidade visual original dos veículos.

Segundo a instituição, o governo enviou, como resposta, duas fotografias que aparentavam ser do mesmo ônibus, sem a adesivação, o que foi considerado insuficiente pela procuradoria. O MPF disse que resolveu entrar com a ação judicial “diante da ausência de resposta adequada”.

O Ministério Público informou também que, além de pedir a retirada das peças de propaganda estadual, solicitou que o juiz estipulasse uma multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.

O que diz a Secretaria de Educação

Procurada pelo g1, a Secretaria Estadual de Educação informou que, assim que tomou conhecimento das recomendações do MPF, providenciou a readesivação dos veículos conforme a Resolução 01/2021 do FNDE e disse que todos os ônibus que estavam em posse do estado foram readequados.

Com relação aos municípios que receberam os ônibus do FNDE, o órgão afirmou que vem reforçando a comunicação para que as prefeituras também façam essa readequação da identidade visual da frota.

A pasta disse também que os veículos estão sendo utilizados rotineiramente e que cabe aos gestores definir o momento adequado para realizar o ajuste, sem afetar o transporte dos estudantes.

A secretaria informou, ainda, que todos os ônibus foram adquiridos com recursos próprios do estado e vem dialogando com a 15ª e a 16ª Promotorias do MPF, “atendendo as recomendações e respondendo a todos os questionamentos”.

Delegado da PF que montou esquema milionário perde a aposentadoria

MPF

Foto/Reprodução

Delegado punido por Lewandowisk recebia propina que variam entre R$ 400 mil e R$ 1,5 milhão para proteger empresários poderosos

Por Paulo Cappelle/Portal Metrópoles 

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski cassou a aposentadoria do delegado da Polícia Federal (PF) Lorenzo Martins Pompílio da Hora [foto em destaque], preso por receber propina de empresários investigados. O valor dos pagamentos variava entre R$ 400 mil e R$ 1,5 milhão, de acordo com as apurações conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF).

Na denúncia contra o delegado, o MPF apontou que Pompílio da Hora recebia “mesada” para interceder em favor dos acusados junto aos delegados responsáveis pelos inquéritos. Ele foi preso em 2019, no âmbito da Operação Tergiversação, que também atingiu o delegado Wallace Noble Santos Soares e os empresários Marcelo Freitas Lopes, Durival de Farias, Dulcinara de Farias e Victor Duque Estrada Zeitune.

O grupo atuava dentro da Superintendência da PF no Rio de Janeiro. De acordo com o MPF, Pompílio da Hora trabalhava para evitar que as investigações em curso chegassem aos empresários que pagavam a propina. Na maioria das vezes, os pagamentos eram feitos em dinheiro. Outros valores eram repassados por transferências a empresas ligadas aos envolvidos.

Esses agentes ainda tinham a incumbência, em alguns casos, de atuar em favor dos empresários, intercedendo junto a delegados que presidissem outras investigações que pudessem alcançá-los, para novamente evitar que fossem revelados os crimes praticados pelos empresários parceiros”, apontou o Ministério Público Federal.

Wallace Noble foi demitido da PF pelo então ministro da Justiça Flávio Dino, em 2023. No mesmo ano, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) decidiu trancar a ação penal contra o delegado Pompílio da Hora, após a apresentação de um laudo de insanidade mental. No processo administrativo disciplinar aberto pela PF, ele foi condenado por “prevalecer-se, abusivamente, da condição de funcionário policial, e praticar atos de improbidade administrativa e de corrupção”.

Entidade pede que MPF investigue mãe de Dani Alves após exposição de mulher que o acusa de estupro

INVESTIGAÇÃO

Ela usou foto e nome da vítima para questioná-la sobre o crime; jogador aguarda pelo julgamento, com data marcada para 5 de fevereiro

Daniel Alves com a mãe, Lúcia Alves
Daniel Alves com a mãe, Lúcia Alves – Foto/Divulgação

A União Brasileira de Mulheres (UBM) pediu que o Ministério Público Federal (MPF) dê abertura a uma investigação criminal contra Daniel Alves e sua mãe, Maria Lúcia Alves, que decidiu expor a vítima do estupro cometido pelo filho. O caso, no entanto, tramita em sigilo judicial.

Segundo a entidade, Maria Lúcia teria cometido crime de violência psicológica contra a mulher, trazido no artigo 147-b do Código Penal Brasileiro, que trata do “dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação”.

Caso seja condenada, a autora da exposição pode receber de 6 meses a 2 anos de prisão, além de multa.

Em um post nas redes sociais, Lúcia Alves atacou a mulher e questionou se ela estaria realmente sofrendo após o abuso, ao falar que quer indenização. Ela também mostrou, nas publicações, fotos e vídeos da jovem se divertindo em bares e festas nos últimos meses.

O fato repercutiu a imprensa internacional, pois até então, o nome e o rosto da mulher não haviam sido revelados.

Há cerca de um ano, na noite de 30 de dezembro de 2022, o jogador Daniel Alves entrou em uma boate em Barcelona, fez sexo no banheiro da área vip contra a vontade desta mulher. Ele aguarda pelo julgamento, com data marcada para 5 de fevereiro.

Presidente da entidade que representou pela abertura da investigação contra a mãe de Alves, Vanja Andrea diz que a exposição de Maria Lúcia cumpre “um desserviço à luta das mulheres”.

— Faz com que a vitima experimente um processo de mais violento, a difamação de sua imagem e violação de seus direitos mais basicos como o de ir e vir, de se divertir e tentar ser feliz “apesar de” — explica.

Por Agência O Globo

Maceió aciona Exército e Marinha contra possível desabamento de mina da Braskem

DESABAMENTO

Vista aérea do Bebedouro, um dos bairros atingidos pelo desastre ambiental em área da Braskem em Maceió
Vista aérea do Bebedouro, um dos bairros atingidos pelo desastre ambiental em área da Braskem em Maceió – Foto/ Braskem/Reprodução

O prefeito de Maceió (AL), João Henrique Caldas (PL), o JHC, acionou o Ministério Público Federal, a Marinha e o Exército para formar um gabinete de crise contra a possibilidade de colapso de uma mina da Braskem. A Defesa Civil da capital alagoana alertou o risco iminente de colapso no local.

Segundo informações cedidas pela prefeitura, o movimento foi realizado para acompanhar o agravamento dos tremores de terra e o risco iminente de colapso da mina 18, da Braskem, no bairro do Mutange, em Maceió, de acordo com comunicado oficial dos órgãos de controle e de segurança sobre o perigo do desastre.
O ofício foi encaminhado à força-tarefa dos bairros afundados, composta por representantes do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), da Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL), além dos comandos da Marinha do Brasil, do Exército brasileiro, da Polícia Militar de Alagoas (PMAL), do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas (CBMAL), da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP), da Equatorial Energia Alagoas e da Algás.

O objetivo do gabinete é o de adotar medidas para diminuir eventuais danos ambientais e proteger as pessoas em caso de confirmação do desabamento.

De acordo com a Defesa Civil, o monitoramento da região foi aumentado porque foram registrados cinco abalos sísmicos neste mês. Na última quarta-feira, foi identificado o risco de colapso da Mina 18 da Braskem, localizada no bairro de Mutange.

Uma das áreas afetadas pelos tremores de terra nos últimos dias é próxima de um quartel do Exército em Maceió.

A situação fez a Prefeitura decretar estado de emergência por 180 dias. A empresa diz que parou as atividades no local.

O caso tem ligação com o afundamento do solo que atinge cinco bairros da capital de Alagoas. O problema começou em março de 2018, e até hoje não foi solucionado. O Serviço Geológico do Brasil, órgão do governo federal, concluiu que as atividades de mineração da empresa em uma área de falha geológica causaram o problema.

Desde então, mais de 60 mil famílias dos bairros Pinheiro, Mutante, Bebedouro, Bom Parto e Farol foram realocadas para outros pontos da cidade.

*Fábio Zanini/Folhapress

MPF investiga André Valadão após pastor incitar violência contra pessoas LGBTQIA+

MPF

André Valadão coleciona 4,5 milhões de seguidores no Instagram (Foto: Reprodução/Instagram)
André Valadão coleciona 4,5 milhões de seguidores no Instagram (Foto: Reprodução/Instagram)

O Ministério Público Federal instaurou na segunda-feira, 3, um procedimento para apurar a possível prática de homofobia cometida pelo pastor evangélico e bolsonarista André Valadão por ter incitado a violência contra as pessoas LGBTQIA+.

Resumo:

  • O pastor André Valadão é investigado por suspeita de ter incitado os fiéis a matarem as pessoas LGBTQIA+;
    • Ele teria incitado a violência durante uma transmissão ao vivo intitulada “teoria da conspiração”;
    • O religioso já é alvo de outro procedimento no MP por ter dito que “Deus odeia o orgulho”, em referência do mês do Orgulho LGBTQIA+.

A investigação é sobre uma transmissão ao vivo de um culto realizada no domingo,2, na qual o religioso teria insinuado que os evangélicos deveriam matar as pessoas LGBTQIA+. O vídeo, intitulado “teoria da conspiração” foi gravado na igreja da Lagoinha, em Orlando (EUA). Nele o pastor disse: “Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: ‘Pode parar, reseta!’ Mas Deus fala que não pode mais”. “Ele diz: ‘Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora está com vocês”, completou.

Ao final do culto, Valadão retomou a frase e pediu para os fiéis agirem: “Não entendeu o que eu disse? Agora está com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós”.

Investigação do MPF

O responsável pela investigação contra o pastor é o procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) no Acre Lucas Costa Almeida Dias.

“Após a apuração dos fatos, o MPF encaminhará as medidas cabíveis para o caso”, informou o órgão.

Processos feitos por políticos

Na segunda-feira,3, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) enviou uma representação ao Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) contra o pastor.

Por meio de uma publicação no Twitter, a parlamentar afirmou: “Não aceitaremos mais a incitação a crimes de ódio disfarçado de religiosidade. Deus não odeia o orgulho. Deus não quer nossa morte. Esse ódio e ataque às nossas vidas vêm de seres humanos. E estes responderão na justiça dos homens”.

Além dela, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) divulgou em suas redes sociais que pretendia processar criminalmente o religioso por suas falas. “Por tudo que sou, pelo que acredito, pela minha família e por tudo que espero para a sociedade, não posso me calar diante do crime praticado por André Valadão. Vamos representar criminalmente para que ele responda por manipular a fé e incitar a violência. Em um país onde tanto se mata LGBTQIA+, André Valadão não pode falar em nome de Deus. Deus é união, amor, respeito e tantos sentimentos bons, jamais um incentivador de discurso de ódio e de assassinatos em massa”, destacou.

Vale informar que essa não é a primeira vez que André Valadão é alvo de representação no MP. Em outra ocasião, o pastor disse que “Deus odeia o orgulho”, em referência ao mês do Orgulho LGBTQIA+, celebrado em junho.

Durante a campanha eleitoral de 2022, o religioso também proferiu ataques contra o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e simulou ter sido obrigado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a se retratar. A Corte negou a existência de qualquer sentença nesse sentido. *Fonte (ISTOÈ).

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Mantida condenação de candidato a vereador por compra de votos no Cabo de Santo Agostinho (PE)

MPF

Rildo Francisco de Souza foi condenado por corrupção eleitoral, ao distribuir vales-combustível em troca de apoio nas Eleições 2016

Imagem de uma mão esticada apresentando o título de eleitor e o texto Compra de Votos
Imagem de uma mão esticada apresentando o título de eleitor e o texto Compra de Votos, Arte: Comunicação/MPF

O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE/PE) manteve a condenação imposta a Rildo Francisco de Souza, mais conhecido como “Rildo do Peixe”, por compra de votos nas eleições de 2016, quando disputou o cargo de vereador no Cabo de Santo Agostinho (PE). O político havia sido condenado pelo juiz Eleitoral no município, após denúncia apresentada pelo Ministério Público Eleitoral.

O órgão acusou o candidato pela prática de corrupção eleitoral, por distribuir, no dia do pleito municipal de 2016, vales de abastecimento de veículos a grande quantidade de eleitores com o fim de obter votos. Além de Rildo Souza, a Justiça Eleitoral condenou Adriano José Vitorino, à época, supervisor da empresa de transporte pertencente à irmã do político, por participação no esquema de distribuição de vales em benefício da campanha.

Na decisão – que negou o recurso dos acusados e manteve a condenação – o TRE/PE seguiu o parecer do MP Eleitoral. Segundo o órgão, a conduta ilícita foi atestada por meio de prisão em flagrante realizada pela Promotoria Eleitoral, acompanhada pela Polícia Militar, que resultou na apreensão de 488 vales-combustível em nome do candidato. Além disso, testemunhas ouvidas na fase de investigação confirmaram a prática do crime e a participação do político.

Rildo foi condenado a 1 ano e 6 meses de reclusão, além do pagamento de multa. A sanção também levou em conta o fato de ele ter liderado a distribuição das vantagens aos eleitores com a finalidade de obter votos para si na disputa eleitoral. A pena de prisão foi substituída pelo pagamento de cinco salários mínimos e prestação de serviços à comunidade, o que foi mantido pelo TRE/PE.

“Não subsiste dúvida alguma quanto à materialidade e à autoria do delito, pois o processo contém provas numerosas e convergentes, tanto de natureza documental quanto testemunhal”, afirmou o MP Eleitoral no parecer. No voto que prevaleceu no julgamento, a relatora do caso, juíza Iasmina Rocha, fez questão de pontuar que “a corrupção é, sob qualquer modalidade, uma das condutas mais nocivas à sociedade”. Fonte: Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal.

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