FPM
Municípios que vão perder cotas do FPM podem ter redução da receita escalonada, segundo a lei sancionada na 4ª feira (28.jun).
Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na 4ª feira (28.jun.2023), a Lei Complementar nº 198/2023 deve reduzir perdas de arrecadação de 770 municípios. São cidades que tiveram redução populacional no Censo Demográfico 2022 divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e vão perder quotas do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). O levantamento foi feito pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios).
Com a nova contagem da população, 2.397 municípios registraram queda no número de habitantes. Desses, 770 vão perder coeficientes do FPM na comparação com os índices atuais que foram fixados em decisão normativa do TCU (Tribunal de Contas da União). Outros 249 municípios terão ganho de coeficientes.
A nova lei objetiva beneficiar essas 1.019 cidades, segundo a CNM, porque ela estabelece uma transição de 10 anos para os municípios migrarem para uma faixa de coeficiente inferior do FPM e ao mesmo tempo garante que as localidades que registraram expressivo aumento populacional já recebam mais recursos.
Foi criado um redutor financeiro que limita a 10% a redução no ano seguinte ao da publicação do Censo. O índice passará a 20% no 2º exercício seguinte ao da publicação. A queda seguirá ano a ano, de forma gradativa, até 90% no 9º ano. A partir de 1º de janeiro do 10º exercício seguinte, os municípios terão seus coeficientes individuais no FPM fixados conforme a população aferida no Censo.
Caso contrário, as 770 cidades que perderam cotas já sentiram o baque na arrecadação total e de forma imediata. Em nota, a CNM afirmou que o texto “mitiga as perdas imediatas dos municípios que tiveram queda de coeficiente” e repassa os ganhos para aqueles que aumentaram de faixa populacional ainda em 2023, já que a lei determina a publicação de um novo cálculo pelo TCU em dez dias.
O FPM é a principal fonte de receita para a maioria das cidades brasileiras, sobretudo as menores e menos desenvolvidas. A distribuição do fundo é feita de acordo com o número de habitantes e a renda per capita de cada cidade.
AS CIDADES QUE MAIS PERDEM O levantamento da CNM aponta que o Estado com mais cidades que vão perder recursos do FPM nos próximos anos é a Bahia, que tem 105 municípios que terão o coeficiente do FPM reduzido. Na sequência, aparece São Paulo, com 93 localidades que terão as receitas reduzidas.
Proporcionalmente, a situação é pior na região Norte do Brasil. Aproximadamente 61% dos municípios do Amazonas e de Rondônia perderam coeficientes. No Amapá e do Pará, 33% das cidades serão afetadas, nas contas da confederação. *Inf. (Poder360).
Cidades com variação de FPM por Estado
Comparação dos coeficientes atuais com os dados do novo Censo.
Estado | Perda | Estabilidade | Ganho |
---|---|---|---|
Acre | 4 | 15 | 2 |
Alagoas | 32 | 65 | 4 |
Amapá | 5 | 10 | 0 |
Amazonas | 37 | 20 | 4 |
Bahia | 105 | 285 | 26 |
Ceará | 23 | 147 | 13 |
Espírito Santo | 17 | 58 | 2 |
Goiás | 19 | 211 | 15 |
Maranhão | 52 | 155 | 9 |
Mato Grosso | 18 | 102 | 20 |
Mato Grosso do Sul | 12 | 60 | 6 |
Minas Gerais | 54 | 779 | 19 |
Paraná | 42 | 330 | 26 |
Paraíba | 15 | 205 | 2 |
Pará | 47 | 81 | 15 |
Pernambuco | 48 | 128 | 7 |
Piauí | 4 | 209 | 10 |
Rio de Janeiro | 15 | 74 | 2 |
Rio Grande do Norte | 26 | 136 | 4 |
Rio Grande do Sul | 44 | 443 | 9 |
Rondônia | 31 | 20 | 0 |
Roraima | 1 | 8 | 5 |
Santa Catarina | 10 | 257 | 27 |
Sergipe | 12 | 60 | 2 |
São Paulo | 93 | 535 | 16 |
Tocantins | 4 | 130 | 4 |